Comi este pepino numa noite que estava perdido a pé no centro de Kyoto, na noite em que cheguei lá e não achava o restaurante que o hotel havia reservado. Vi um movimento grande num pequeno restaurante bem rústico, que tinha um pequeno balcão e duas ou três mesas, e servia apenas Guioza, esta de dois sabores possíveis, alho com alho porró ou gengibre. Os dois eram excelentes, mas o que mais me chamou a atenção foram estes pepinos, que serviam como um tipo de entrada, e que diziam acompanhava muito bem a cerveja que estava tomando.
Ingredientes
- Pepinos japoneses, cortados em pedaços de cerca de 3 cm
- Óleo de gergelim, que dá o gosto no pepino
- Shoyu, para temperar um pouco
- Gergelim
- Sal a gosto
Deixe o gergelim marinar por algumas horas nos ingredientes líquidos e sal, misture o gergelim e sirva.
Passei três semanas no Japão, e sem duvida a gastronomia é um dos pontos fortes do país, seja pela qualidade e esmero com que eles preparam e servem tudo seja pela excentricidade, já que a todo instante estamos provando sabores novos e muito diferentes do que estamos acostumados.
Street Food - para mim um dos destaques da minha experiência foram as barraquinhas de todos os tipos que cativam pelas cores, aromas e sabores, trazendo ingredientes inusitados e muito bonitos. Destacaria o Nishiki Market de Kyoto, onde pode-se passar dias comendo espetinhos de polvo, camarão, lulas, sentar e comer vieiras, ostras gigantes, e muitas outras coisas incríveis. Na região do Fushimi-Inari-Taisha Shrine, também em Kyoto, se anda por ruas repletas de pequenas barracas, e comi Okonomiyaki, massa com repolho e ovos muito popular por lá, assim como alguns doces feitos de arroz, com um caramelo muito delicado, adorei.
Em Tokyo, a região do mercado de peixes Tsukiji também é incrível, mas muito mais cheia e turística. O ideal é ir bem cedo, o que não é um problema com 12 horas de fuso.
Tempura - Adoro tempura, e fui em dois restaurantes que foram experiências únicas para mim. Em Tokyo, o Tempura Kondo, em Ginza, é duas estrelas Michelin, e o próprio Kondo com dois assistentes, serve em um balcão para talvez 12 pessoas iguarias muito sofisticadas, como tempura de uni e pequenos peixes que nunca havia visto. Batata doce incrível, cogumelos, um show, imperdível.
Em Kyoto, o Yoshikawa Tempura, indicado pela Chef Mari Hirata, também num pequeno balcão (existem salas privadas, mas a graça é sentar no balcão), é espetacular. Curiosamente, conheci muitas pessoas nestes balcões, pois ao contrario do que imaginava os Japoneses adoram puxar conversa com o vizinho.
Sushizanmae - Esta rede de restaurantes em Tokyo está por toda parte, e tem uma qualidade muito acima do que estamos acostumados, além de tem um preço muito bom. Experimentei vários, e sempre fui surpreendido pela qualidade e pelo serviço. O Tirashi é muito bom, e custa cerca de US$15. Vários tipos de "shellfish", inclusive uma vieira realmente muito boa. Os que mais gostei são os da própria região do mercado de peixes de Tokyo.
Saquês - Talvez um dos pontos altos de minha viagem tenham sido os saquês, que fui tomando sempre seguindo a indicação dos restaurantes, e variando sempre. Lá o sushiman sempre se envolve nesta decisão, dependendo do que foi servir. A única coisa que pedia que fosse "dry".
Omakasê - Fui em vários sushi bares de cardápio fixo (omakase), e adorei as experiências, apesar dos preços serem bem mais salgados, em torno de US$ 200 por pessoa. De todos, o que mais gostei foi o Sushi Nakamura, que foi indicação do Grand Hyatt, em Roppongi. Gostei também muito de uma indicação da Mari Hirata, uma chef que mora lá e dá aulas de gastronomia, chamado Kyubei, onde na hora do almoço pode-se pedir a la carte. Fui a noite e pedi Omakase, adorei. Finalmente fui num 2 estrelas Michelin chamado Sushi Umi, bem pequeno, onde comi coisas como baleia e talvez o melhor uni de minha vida. Incríveis. E sempre o Ôtoro é uma atração a parte.
Yakitori - No ultimo dia fui num restaurante de Yakitori em Ginza, chamado Torishige, e me apaixonei pelo conceito, varias partes de frango, ultra bem temperadas, em espetinhos, ultra casual e muito bom, com cerveja ou saque. Também sentei no balcão, onde se vê o chef cozinhando. Para mim imperdível. Indicação do sushiman do 15 East, em NY.
Unagui - Adoro enguia, e fui em um Unaguiya (literalmente loja de unagui), restaurantes que só servem estes pratos, espetacular. Quando o restaurante abriu, 11 da manha de sábado, já tinha fila na porta. Chama-se Izumoya, perto do Palácio Imperial de Tokyo. Muito bom com um chopp Asahi.
Sushi Dai - Este pequeno sushi bar no mercado de peixes de Tokyo fica aberto quase a noite toda, e pela qualidade e pelo preço muito bom tem filas de 3 hrs, em media. foi no final de minha viagem, e como estava chovendo e consegui chegar cerca de 5AM fiquei esperando pouco mais de 2 horas. Curti bastante, peixes hiper frescos e atendimento bem divertido.
Udon, Ramen, Gyoza - Na categoria de lugares mais casuais, comi varias vezes ramen, especialmente frio, mais popular no verão por lá, e Gyoza, tanto em Tokyo como em Kyoto. Via de regra, ia passando e dependendo da fila, entreva e me deliciava. Logicamente, os mais cheios são os melhores. Meu irmão me indicou um que adorei, chamado Matsuya, foto abaixo. Mencionaria também o Harajuku Gyoza Ro, perto de Omedesanto e indicado ele também, excelente, e um lugar de ramen bem perto de lá chamado Mentai Tsukemen, que acho que é uma cadeia, e se compra o macarrão (com porco) numa maquininha na entrada, e se senta numas baias com uma janelinha, onde servem os pratos. Sempre com fila, mega exótico.
Comida dos Ryokans - Fiquei em dois Ryokans (hotéis tradicionais japoneses) um em Hakone, região de águas vulcânicas, chamado Gora Kadan (espetacular), e outro em Kyoto, chamado Nazuna, ultra novo e com só 5 quartos.
Ambos servem Kaiseki no café da manhã, uma espécie de menu degustação, verdadeiros banquetes, uma coisa impressionante.
Diria que foram as duas melhores refeições de minha viagem...